O Corinthians repudiou os gritos homofóbicos proferidos por parte de sua torcida no clássico contra o São Paulo, no último domingo, na Neo Química Arena. Em comunicado, o clube pediu que o público pare com esses cânticos.
– O Corinthians volta a repudiar veementemente os cantos homofóbicos relatados na súmula do jogo deste domingo (14/5). Como sempre, o clube alerta continuamente sua torcida, por meio de suas redes sociais e do sistema de som e de telões da Neo Química Arena, com esclarecimentos aos torcedores quanto a ilegalidade dessas condutas. E mais uma vez insistimos com nossa Fiel Torcida para que cessem com atos como esses em nossa arena – disse o clube, em nota oficial.
Por conta do ocorrido no último domingo, o Timão será denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ainda não há data para julgamento.
O árbitro Bruno Arleu de Araújo chegou a interromper a partida no segundo tempo por conta dos gritos e relatou o ocorrido na súmula da partida, que terminou empatada em 1 a 1.
O Corinthians será enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata sobre “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.”
A punição prevista para essa infração é multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Como o ato foi praticado por muitas pessoas, o Código ainda estabelece “perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição.”
Em 2022, também houve cânticos homofóbicos em um Majestoso, e o Corinthians foi denunciado ao STJD. Porém, o clube fez um pedido de “transição disciplinar”, que foi acatado pelo tribunal. Assim, o Timão se livrou de punição em troca do pagamento de R$ 40 mil.
Metade do valor foi destinado a quatro instituições: Mansão dos Velhos da Sociedade São Vicente de Paula, em Tiburi-SP, GPS Foundation, em Brasília, e Lar Nossa Senhora da Glória e Ambulatório da Providência, no Rio de Janeiro. A outra metade foi para a CBF.
Os cânticos começaram antes da bola rolar e aconteceram em diferentes momentos durante o jogo. A partida foi pausada por esse motivo aos 17 minutos do segundo tempo e retomada cerca de quatro minutos depois.
Após a paralisação do jogo, os telões da arena exibiram mensagem alertando os torcedores, que aumentaram o tom dos gritos. Isso também foi relatado pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo na súmula.
Simultaneamente, o Corinthians chegou a publicar no Twitter uma mensagem usando algumas algumas palavras da mesma música homofóbica cantada pela torcida, mas em seguida apagou.