sábado, novembro 23, 2024
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Santa Catarina atinge a marca histórica de 3 mil propriedades rurais certificadas livres de Brucelose e Tuberculose

Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
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Santa Catarina atingiu a marca de 3 mil propriedades rurais certificadas livres de Brucelose e Tuberculose. Dados que demonstram a excelência da bovinocultura e a qualidade da produção agropecuária catarinense são frutos de um grande esforço para erradicar essas doenças, por parte do Governo do Estado, por meio Secretaria de Estado da Agricultura, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

A certificação de propriedade livre de Brucelose e Tuberculose é um dos principais meios de controle para a sanidade dos rebanhos. O documento valida a sanidade dos animais, agrega valor aos produtos da propriedade e é essencial para a manutenção da saúde pública.

“Temos um compromisso com a qualidade dos nossos produtos e com o trabalho dos nossos produtores. Por isso essa incansável missão da Secretaria da Agricultura e da Cidasc em orientar quem produz, zelar pela sanidade animal e consequentemente pelo o que chega à mesa do consumidor. Essa é uma marca a ser muito comemorada por todos”, frisou o governador Jorginho Mello.

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, comemora o marco alcançado. “Esse número representa muito para Santa Catarina. As propriedades que conquistam o título, além de comprovarem seriedade e comprometimento com a saúde do rebanho, podem obter vantagens diretas. Uma delas é na comercialização do leite, pois há laticínios que pagam adicional no preço do produto. Há, ainda, maior facilidade para o trânsito dos animais e vantagem na hora de comercialização, visto que o comprador não precisa realizar imediatamente a testagem contra Brucelose e Tuberculose. Além disso, o consumidor precisa saber que o controle da Brucelose e da Tuberculose nos animais, tem impacto direto sobre a saúde humana”, comenta Celles.

Para a médica veterinária da Cidasc, Karina Diniz Baumgarten, “essa marca é resultado de um trabalho conjunto do Governo do Estado, da Secretaria de Estado da Agricultura e da Cidasc.  A cadeia produtiva do leite teve papel fundamental nesse processo, pois estimulou os produtores rurais a buscarem a certificação, por meio de bonificações no preço do leite e equipes de médicos veterinários contratados para realizar os exames”, reforça Karina. 

Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do país e erradicar as doenças do plantel será mais um diferencial competitivo do agronegócio catarinense na conquista de mercados exigentes, principalmente para exportação de produtos lácteos. A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, explica que há um grande esforço do poder público estadual e da iniciativa privada para melhorar ainda mais a sanidade dos rebanhos.

“A pecuária leiteira é um setor promissor, com grande relevância para a economia catarinense. A Cidasc, a Secretaria da Agricultura, e a forte atenção do Governo do Estado, na saúde da população e na sanidade dos rebanhos, vêm realizando importantes discussões e ações preventivas com o setor produtivo. Rebanho produtivo é rebanho com saúde. Seguimos focados em produzir produtos com cada vez mais qualidade e seguros ao consumo humano”, pontua Celles.

Classificação do Estado de SC

A menor incidência de Brucelose, com classificação A, em relação ao grau de risco para a doença, é registrada em Santa Catarina, sendo o único estado brasileiro com essa classificação. SC também obteve a classificação A para Tuberculose Bovina, com mais outros quatro estados. 

A Cidasc é a responsável pela execução do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas em todo o território catarinense. Hoje, com índices baixíssimos, de 0,91% dos rebanhos infectados com Brucelose e 0,5% dos rebanhos infectados de Tuberculose, fica comprovada a eficiência do trabalho realizado pelos profissionais da companhia e por toda a cadeia produtiva catarinense.

O estado possui atualmente cerca de 1.350 propriedades em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais e a conscientização é um dos pilares de uma produção pecuária de qualidade e dentro dos padrões sanitários internacionais. A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2001, os Estados podem ser classificados de A até E, conforme a prevalência das doenças.

Consequências da Brucelose

A Brucelose gera perdas econômicas que podem se caracterizar por abortos, nascimentos prematuros, repetições de cio, entre outros. Estima-se que a Brucelose seja responsável pela redução de até 25% da produção de leite e 15% da produção de bezerras. 

Consequências da Tuberculose

As propriedades que possuem produção leiteira precisam verificar a saúde de seus animais com maior frequência que outras propriedades. A médica veterinária da Cidasc, Karina Diniz Baumgarten explica que “a transmissão da doença entre os animais pode ocorrer, principalmente, através da alimentação em cochos compartilhados e pela respiração próxima um dos outros. O manejo de ordenha e a permanência dos animais leiteiros de forma aglomerada na propriedade são fatores de maior risco para que esta doença se dissemine e permaneça nesse tipo de produção”, comenta Karina. 

“Para as pessoas que manejam os animais leiteiros o risco é ainda maior, já que elas permanecem muito próximas da respiração dos animais e de gotículas de leite da ordenha e podem se infectar caso a doença esteja no rebanho”, frisa Fabrício Bernardi, médico veterinário da Cidasc.

Como agir quando houver a doença no rebanho?

Quando um foco de Brucelose ou Tuberculose é encontrado no rebanho leiteiro, os animais positivos devem ser isolados da produção leiteira e o restante do rebanho pode continuar produzindo leite e comercializando para a indústria onde será pasteurizado ou esterilizado. O saneamento do foco deve respeitar os prazos vigentes na legislação estadual para que a indústria continue a captação do leite. 

Quando não há o cumprimento da legislação para a eliminação da doença presente no rebanho, a indústria é impedida de captar o leite do rebanho doente. Para o rebanho de corte, os mesmos prazos de saneamento previstos na legislação também devem ser cumpridos. A realização do correto saneamento da propriedade, conforme a legislação, evita perdas econômicas.

Caso perceber a ocorrência de sinais clínicos nos animais como aborto, nascimento de bezerros fracos, queda de produção, perda de peso, mastites de difícil resolução ou tosse, o produtor deve informar à Cidasc para receber as orientações de como proceder o saneamento. Quanto antes o problema for detectado e solucionado, mais rapidamente a produção bovina se recupera.

Santa Catarina, por meio do Governo do Estado, é um dos únicos estados do país indenizar, integralmente, os criadores que cumprem com as normas do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), pelo abate sanitário de animais doentes, de modo a possibilitar a futura aquisição de animais sadios para a continuidade da produção.

Vigilância constante

Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação. O Governo do Estado ampliou os investimentos na vigilância ativa para localização de focos das doenças, realizações de diagnósticos definitivos em animais no abate e indenização de animais doentes abatidos sanitariamente. 



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