Florianópolis, 29 de agosto – O deputado estadual Lucas Neves (Podemos) criticou a recente decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de proibir o controle de javalis. Durante seu pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, o parlamentar destacou os impactos negativos dessa medida para criadores e agricultores da Serra, do Meio-Oeste e do Oeste Catarinense.
O IBAMA suspendeu temporariamente a emissão de novas autorizações para o controle de javalis por meio do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), com o objetivo de implementar critérios mais rigorosos para a aprovação dessas autorizações. Entretanto, o deputado Neves lembrou que a Instrução Normativa de 2013 ainda está em vigor, classificando o javali como uma espécie exótica invasora e autorizando seu controle populacional. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considera esses mamíferos como uma das 100 piores pragas agrícolas e ambientais do mundo.
O deputado Lucas Neves ressaltou que é essencial encontrar um equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e a proteção das atividades agrícolas e dos residentes rurais, reforçando a importância de considerar os aspectos econômicos ao tomar decisões sobre o manejo dessa espécie. “Se alguém tiver pena desse animal, que pegue o bicho de 600 kg e leve para criar em casa”, disse.
O javali é uma espécie de porco europeu que se multiplica rapidamente. O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) estima que um javali ou javaporco pode ter de seis a dez filhotes por gestação. Indícios apontam que o animal entrou no Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, no século passado. Nos anos 1990, europeus também trouxeram a espécie para produção de carne em São Paulo e Rio Grande do Sul, mas alguns fugiram dos criadores e se dispersaram pelo país.
Presente em cerca de 2 mil municípios brasileiros, o javali tem causado graves prejuízos à agricultura ao destruir plantações e perturbar o ecossistema local. Além disso, representam riscos à saúde pública ao transmitirem doenças e oferecerem riscos físicos às comunidades rurais.